Extensão

Reconhecendo a importância da relação Universidade-Sociedade e a participação de docentes e discentes em atividades de extensão, o PPGCF oferta vagas nos seguintes projetos:

Projeto: “Radiações solares: aproximando ciência e escola”, o qual tem como objetivo oferecer cursos experimentais sobre radiações solares para estudantes do ensino básico da rede pública, bem como a produção de materiais paradidáticos sobre as radiações solares. Responsável: Profª Dra Ana Paula de Souza Votto, e-mail: anavotto@yahoo.com.br

Projeto: "Difundindo Bioquímica nas Redes Sociais" que visa gerar conteúdos de Bioquímica orientados para o público em geral através de Twitter/X. Responsáveis: Professores:  Dr. José Maria Monsserat (josemmonserrat@gmail.com ) e Dr. Carlos Eduardo da Rosa (ninovski@gmail.com )

Projeto de extensão "Aprender Neurociências brincando". O projeto "Aprender Neurociências brincando" parte do princípio de que os benefícios das brincadeiras e das atividades interativas são inúmeros para a aprendizagem e fixação das memórias. Oficinas lúdicas e interativas englobando assuntos como órgãos dos sentidos, memória, coordenação motora, saúde do cérebro, etc. são disponibilizadas aos alunos dos ensinos fundamental e médio das escolas públicas e privadas no município de Rio Grande / RS, bem como à comunidade em geral, com o objetivo da divulgação científica no âmbito das Neurociências. Responsável: Profª Dra Ana Paula Horn (anapaulahorn@yahoo.com.br )

Projeto: O NUMEB - Núcleo de Produção de Material Educacional e Divulgação Científica em Biologia é um Programa de Extensão liderado por professores, técnicos administrativos em educação e alunos de pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande – FURG. O NUMEB tem por objetivo desenvolver material educacional como recurso didático para professores e alunos dos ensinos básico e superior. Tais atividades já tiveram o apoio direto do Ministério da Educação, da CAPES, e do CNPq. Responsáveis: Profª Dra Camila Martinez De Gaspar Martins ( camilaos@hotmail.com ) e Dra. Marta Marques de Souza ( martasouza@furg.br )

 

Extensão e Pós-graduação: da Universidade a pluriversidade.

Na Universidade Federal do Rio Grande – FURG , a Política de Extensão Universitária aprovada em 2015, estabelece em seu artigo 2 que “ Extensão na FURG, em consonância com a Política Nacional de Extensão, é definida como ação de natureza acadêmica, que viabiliza a integração com os demais setores da sociedade, visando promover a formação cidadã, a transformação da realidade, a produção compartilhada de saberes e a emancipação dos sujeitos envolvidos, de forma interdisciplinar e indissociável com ensino e pesquisa, contribuindo para o desenvolvimento humano e para a qualidade socioambiental, a partir das realidades locais, regionais, nacionais e internacionais” (RESOLUÇÃO Nº 027/2015 CONSELHO UNIVERSITÁRIO).

Nas origens da constituição de nossa Universidade, a Extensão na FURG já ocorria desde a década de 70, com a participação em ações institucionais como o PROJETO RONDON, levando nossos acadêmicos para operações na Amazônia, para a construção de um campus avançado da FURG em Cáceres no Mato Grosso do Sul, e para as primeiras expedições Antárticas nos anos 80.

Na época da organização departamental da Universidade, o Departamento de Ciências Fisiológicas (DCF) iniciou suas atividades extensionistas através da oferta do Curso de Especialização em Ciências Fisiológicas que viria a ser o núcleo original do Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas – Fisiologia Animal Comparada, atualmente denominado Programa de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas (PPGCF). Em 1989, o DCF deu início ao trabalho extensionista conhecido como Projeto Educativo e Preventivo sobre Drogas Psicotrópicas que viria se tornar um dos programas de extensão mais duradouros da FURG. Com atuação até hoje em ensino, pesquisa, extensão, cultura e prestação de serviços, o CENPRE, Centro regional de estudos, prevenção e recuperação de dependentes químicos da FURG (www.cenpre.furg.br) tem participação de alguns professores e pós-graduandos de nosso programa.

O PPGCF durante o Programa REUNI começou a desenvolver diversos projetos de extensão focados na formação continuada de professores, cursos breves de extensão e de aperfeiçoamento em temas das ciências fisiológicas e cursos de verão. Destacamos a atuação em Educação Patrimonial sobre Patrimônios de Ciência e Tecnologia do Projeto Museu Virtual do Ensino de Ciências Fisiológicas (contemplado pelos PROCULTURA RS 2009, PROEXT NACIONAL 2013), hoje com 15 anos de atividades extensionistas ininterruptas, o NUMEB (colocar por extenso), o GEEPS (Grupo de Estudos em Estratégias para Promoção da Saúde) vinculado a Rede Nacional Leopoldo de Meis de Educação e Ciência), e o Curso de Formação Continuada  de professores de Ciências: Ambientes Aquáticos do Rio Grande do Sul (financiado em 2010 e 2012 pela Rede Nacional de Formação Continuada de Professores do Ministério de Educação).

Com respaldo da pesquisa e inovação de excelência de nosso programa, fomos desenvolvendo expertise em formação profissional docente e processos de alfabetização e divulgação científica, que hoje toma destaque no Programa Ciência na Cidade, Ciência na vida, coletivo extensionista que realiza Feiras de Ciências em espaços formais e não formais de educação. O programa é pioneiro em promover a colaboração entre extensionistas e pesquisadores de várias unidades acadêmicas da FURG (ICB, IO, IMEF, Escola de Engenharia, Famed).

Nossos pós-graduandos são estimulados a participarem dos projetos de extensão da Universidade e ações de mobilidade nacional e internacional para o desenvolvimento de suas atividades de pesquisa. Estas experiências propiciam uma visão ampla e socialmente referenciada ao estudante de seu campo de atuação tanto nas realidades locais e regionais, quanto nacional e internacional. Aqui vocês podem desenvolver melhor a questão de mobilidade e interações com outras realidades que mesmo sendo só para pesquisa dão ao estudante um repertório social maior.

Conforme as dimensões e metodologias propostas no livro Avaliação da Extensão Universitária (FORPROEX, 2007) nosso programa tem desenvolvido as dimensões 1 – Política de gestão, e  4 – Plano acadêmico conforme a participação e creditação dos estudantes; dimensão 3 - Relação Universidade-Sociedade, devido as atividades cada vez mais frequentes de interação dialógica dos saberes produzidos na Pós-graduação com os demais setores da sociedade; dimensão 2 – Infra estrutura com apoio recente à conquista de espaço físico para produção e desenvolvimento de ações de extensão no âmbito da unidade e dimensão 5 – Produção acadêmica com a participação de nossos estudantes e professores nas produções acadêmicas, literárias e culturais desenvolvidas pelos projetos.

A recente história brasileira, de uma cultura de desinteresse e menosprezo pelas Ciências e pela produção de conhecimento, com implicações que levaram o senso comum a acreditar e reproduzir histórias de obscurantismo científico, como o terraplanismo e a rejeição às vacinas, tornaram os projetos extensionistas na área das ciências extremamente necessários. Sob pena de continuarmos vivendo o pior retrocesso cognitivo que temos notícia.

Neste sentido, as diversas ações desenvolvidas pelos professores e pós-graduandos do programa, como por exemplo aquela no âmbito do programa Ciência na Cidade, Ciência na Vida envolvem os quatro eixos do Plano de Desenvolvimento Institucional da FURG: Extensão, Ensino, Pesquisa e Cultura, atendendo os pressupostos da Política de Extensão Universitária da FURG de indissociabilidade, interdisciplinaridade e multiprofissionalidade, interação dialógica com as comunidades e valioso impacto na formação complementar e ampliada dos acadêmicos de graduação e Pós-graduação  da Universidade.

Estas ações buscam promover a educação científica para, na e com a comunidade rio-grandina, com público-alvo da educação básica, estudantes e profissionais da educação, e demais membros da sociedade. Por meio da produção de feiras, eventos, cursos, palestras, exposições e outros produtos científico culturais, se fomenta uma cultura de proximidade entre ciência e sociedade, despertando um sentimento de valorização da produção científica da Universidade, como patrimônio de ciência e tecnologia.

A compreensão de que a Extensão Universitária na FURG, assim como em nosso PPG, está mesclada à própria origem de um e de outro, nos leva a reconhecer que a FURG só pode ser a instituição de hoje devido as relações vividas com a sociedade, sejam mediatizadas pelo ensino, pela pesquisa ou pela extensão, e, portanto, precisamos concordar com o proposto por Sandra de Deus, em seu livro Extensão Universitária: trajetórias e desafios, onde a autora conclui:

... o impacto e a transformação social são possíveis somente com disponibilidade da comunidade universitária ao compreender que existem outros saberes — além daquele conhecimento construído no interior da academia que nos ensinam e nos fazem reorientar pesquisas, redimensionar planejamentos, refazer planos de ensino necessariamente, com a responsabilidade das diferentes comunidades em se colocarem como protagonistas do processo no qual se aprende e se ensina, mas, sobretudo, onde se constroem relações sólidas da sociedade desejada.(Deus, 2020)

 

A visão de Sandra de Deus, que tanto tem promovido a extensão universitária brasileira e da América Latina, está em acordo com as reflexões de Boaventura de Souza Santos (2004) quando demarca a nova Universidade do século XXI, para a qual orienta uma reforma de democracia e emancipação. Temos convicção do papel da extensão por dentro da Pós-graduação para esta finalidade.

Boaventura (SANTOS, 2004) vai distinguir o conhecimento universitário de que ele denomina de conhecimento pluriversitário. O primeiro, o clássico modelo de produção de conhecimento acadêmico que tem ao longo dos séculos seguido o método científico predominantemente disciplinar, autônomo e desvinculado das premências do cotidiano da sociedade. Nele, são os investigadores que determinam os problemas a serem investigados, sua relevância, metodologia e ritmos de pesquisa.  O conhecimento pluriversitário tem na sua gênese a horizontalização do processo de produção, com a emancipação dos sujeitos da sociedade não como alvos, mas co-partícipes no processo de produção. O princípio organizador da sua produção é a aplicação que lhe pode ser dado: uso definido pela sociedade. Neste locos a extensão pode se estabelecer como metodologia ponte entre a Universidade e os demais setores da sociedade. A Pós-graduação, tem por isso uma grande responsabilidade na decodificação dos anseios da sociedade, e a translocação das produções das bancadas e gabinetes para as cidades e sociedades. 

Texto elaborado pela Profa. Dra. Carla Gonçalves

 

Referências

PDI FURG

Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Educação Superior Brasileiras. Comissão Permanente de Avaliação da Extensão. Avaliação da Extensão Universitária: práticas e discussões da Comissão Permanente de Avaliação da Extensão / Organização: Maria das Dores Pimentel Nogueira; textos: Sonia Regina Mendes dos Santos ... [et al.] – Belo Horizonte: FORPROEX/CPAE; PROEX/UFMG, 2013.

Institucionalização da extensão nas Universidades públicas brasileiras: estudo comparativo 1993/2004 / Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. Comissão Permanente de Avaliação da Extensão Universitária. – 2a ed. – João Pessoa: Editora Universitária da UFPB; Belo Horizonte: Coopmed, 2007 90 p. (Coleção Extensão Universitária; 5). 

Deus, Sandra de Extensão universitária : trajetórias e desafios / Sandra de Deus. – Santa Maria, RS : Ed. PRE-UFSM, 2020. 96 p. ; 21 cm

RESOLUÇÃO da política de extensão na FURG.